domingo, 15 de fevereiro de 2009

A Internet não é só porcaria...

“Uma curiosa história sobre quatro pessoas: “Todo Mundo”, “Alguém”, “Qualquer Um”, e “Ninguém”.

Havia um importante trabalho a ser feito, mas “Todo Mundo” tinha certeza que “Alguém” o faria.

“Qualquer Um” podia tê-lo feito, mas “Ninguém” o fez.

“Alguém” zangou-se, porque achava que era um trabalho para “Todo Mundo”.

“Todo Mundo” pensou que “Qualquer Um” podia resolver o assunto, mas “Ninguém” imaginou que “Todo Mundo” deixasse de fazê-lo.

No final, “Todo Mundo” culpou “Alguém”, quando “Ninguém” fez o trabalho que “Qualquer Um” podia ter feito.”

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma novidade...

Tudo já estava errado a muito tempo, a dor era cada vez mais forte, os remédios o faziam sentir ainda pior. A dependência é humilhante.

Sua vida inteira era como uma obra de arte, alguns admiravam, outros nada entendiam. Sua historia era fascinante, mas a ironia rege a vida. 38 anos e câncer. O fim parece breve. Não podia entender o porquê, e agora ignorava tudo. Porem uma novidade teimava em bater a sua porta.

Naquele dia tudo parecia pior, as dores eram trucidantes, as coisas já não tinham mais foco. Estava sozinho, sua casa era de um silencio absoluto. A agonia era sua única companhia, o medo já não existia mais, só agonia. Porem uma novidade, comum a todos, teimava em bater a sua porta.

Aquele parecia o pior dia. Se quer conseguia ter um pensamento claro. Agonia. Só a agonia o acompanhava. E uma tal novidade teimava em bater a sua porta.

Acostumado a ignorar as batidas incessantes, ele hoje, no pior dos dias, queria expulsar a agonia, queria o fim dela, sabia como fazer. Só precisava ignorar as batidas à porta.

Os remédios não eram mais suficientes, mas aquele seria, aquele o livraria da dor. Tomaria bastante, pra não haver duvidas. As batidas eram irritantes, mas ele precisava abrir a porta pra expulsar a agonia.

O resultado começou, ele já se sentia capaz de expulsar aquela aflição. E conseguiu, se sentiu mais leve, mais feliz. Mandou-a sair. As batidas continuaram. Ele ia abrir, já estava melhor. Agora queria a novidade.

Estava mais leve, mas não conseguia se levantar, estava no chão, sentado e abraçado as próprias pernas. Tentou mais uma vez, não conseguia se mover. Mais batidas.

“Entre! Ao sair a agonia deixou a porta aberta, entre!”

E a porta começou a abrir. E ela começou a aparecer. A novidade estava ali, seus contornos já eram visíveis e hipnotizantes. Um longo vestido vermelho, justo ao corpo era capaz de mostrar toda a sensualidade dela. Ele não respirou. O cabelo era longo, lindo, negro. A pele alva ofuscou a visão por um segundo. Nunca vira algo tão negro como aquele cabelo, ele descia pelo colo dela, e vazia um contraste maravilhoso.

Ela começou a andar, seus olhos tinham uma tonalidade violeta e o invadia a alma. No meio segundo que seus olhos focaram os dela, ele sentiu o peito tremer. A graciosidade do andar dela o deixava zonzo. Ela ainda olhava fundo em seus olhos... Mas o que era aquilo? Uma lagrima?! Uma única e solitária lagrima descia pela face divina. Porque? Seria este ser capaz de sentir tristeza?

Como se ouvindo o pensamento, ela respondeu.
“A tristeza me toma quando me temem, não devo ser temida, quero ser amada”

O som que ouviu não era uma voz, era a melodia mais perfeita, era o que faltava pra que suas emoções explodissem. Ele chorou. Suas lagrimas desciam como um rio por sua face. Seus soluços eram altos, mas ele não tinha medo. Não! Não tinha medo!

“Eu a amo! Eu quero amá-la! Não chore!”

Os olhos dela não desviavam, ela vinha lentamente, ele queria abraçá-la.

Com o olhor ele percorreu o corpo dela, era lindo. Não! Não era lindo, era divino! Seus pés estavam descalços. Ele não queria ela pisasse no chão frio, queria ser seu tapete.

“Deixe-me ser seu tapete! Deixe-me estar sob seu pés!”

Ela rio. O sorriso dela o cegou. Estava cego, só era capaz de sentir o perfume, o perfume mais perfeito. Sua visão voltava aos poucos, lentamente ele descobria novas cores. Milhares de novas cores! O sorriso dela era sublime.

“Você não me teme”

Novamente aquela melodia dominou o ambiente.

“Não! Não tenho medo! A quero em meus braços!”

Ela abriu os braços. Ele estendeu suas mãos, queria tocá-la. Ela estava mais próxima, vinha de braços abertos para abraçá-lo. Uma alegria sem imensurável o dominou, ele queria mais que tudo aquele abraço.

Daria tudo que ainda possui por aquele abraço.
Daria sua honra por ele. Sua dignidade.
Seria capaz de dar sua vida, sua alma. Só para ter aquele abraço.

A novidade não queria nada em troca. A novidade não precisava de nada, ela era perfeita. Ela o completaria. Com honra, dignidade, tudo.

Ela chegou. Ela o abraçou. Tudo acabou. Tudo. Não havia sofrimento, não havia agonia, não havia dor. Somente um torpor. E ali ficou. Naqueles braços, de onde nunca mais queria sair.


E ali ficou. Ele e a novidade. Novidade comum a todos.

Não estava só... estava com ela. Abraçado a ela... a morte, uma novidade comum a todos.

domingo, 1 de fevereiro de 2009